sexta-feira, 29 de abril de 2011

Beja: Ex-Presidente Com “Gestão Menos Correcta” na Cruz Vermelha

Trezentos e cinquenta mil euros é o “buraco” que existe nas contas da Delegação de Beja da Cruz Vermelha. A ex-presidente da Comissão Administrativa deixou a instituição em Novembro, em causa “gestão menos correcta”.
“Actos de gestão menos correctos” segundo o actual presidente da Comissão Administrativa, geraram dívidas que rodam os 350 mil euros que podem levar ao encerramento da Delegação de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa (CVBeja) e atirar 70 funcionários para o desemprego.
Em causa está a gestão de Maria Augusta, a máxima responsável da CV Beja entre Setembro de 2007 e Novembro de 2010, e que acabou por deixar a mesma “na sequência de um processo disciplinar interno, em função da má gestão financeira”, justificou à Voz da Planície, Tadeu de Freitas, o gestor de emergência, nomeado pela “casa mãe” em Lisboa.
De acordo com as explicações prestadas pelo gestor, “a debilitada situação financeira da delegação, pode colocar a sua continuação em causa”, acrescentando que a anterior responsável saiu por “comum acordo”, justificando que “não houve desvio de dinheiros, houve somente má gestão”, situação que levou a que não fosse apresentada qualquer queixa ao Ministério Público.
Em causa estão verbas cobradas e referentes ao Apoio Domiciliário, higiene e refeições, os dois Lares da 3ª idade, serviços prestados pela Unidade de Socorro e descontos aos funcionários não entregues na Segurança Social. A situação levou também a que se ficassem a conhecer dívidas a diversos fornecedores, que se cifram nos 200 mil euros.
Dois dos casos envolvem os fornecedores do pão e da fruta. O primeiro estava há 15 meses sem receber e o segundo não via o dinheiro desde que Maria Augusta ocupou a presidência.
Afonso Carocinho, o fornecedor de pão, confirmou que tem “muito dinheiro a receber”, acrescentando que nos últimos tempos “já começaram a pagar”, concluiu.
Para além dos 200 mil euros de dívidas aos fornecedores a Sede da Cruz Vermelha já teve que comparticipar a Delegação de Beja em 150 mil euros, para liquidar as dívidas à Segurança Social, 80 mil euros e Finanças, 70 mil euros de IRS.
Dentro da CV Beja, “tudo está a ser feito para que a reputação da entidade fique imaculada”, que conta com 60 utentes nos lares e 50 a quem presta apoio domiciliário. Tadeu de Freitas, revelou que “a maior preocupação é manutenção do emprego dos 70 funcionários”, cujas idades, a maioria, ultrapassa os 45 anos.

Uma das causas apontadas para a situação financeira da CVBeja deve-se “ao excesso de compras sem qualquer controle”, justificando o gestor que “já foi conseguida uma redução de 30% no valor das mesmas”, desde que em Novembro chegou à instituição. Em 2010 foram pagam todas as dívidas de 2009 e o débito mais antigo tem sete meses.
Além destes casos contam-se situações que envolvem alguns dos 60 utentes dos dois lares da instituição, que já levaram a Investigação Criminal da polícia a inquirir funcionários, por terem existido queixas pelo desaparecimento de dinheiro e objectos pessoais. Tadeu de Freitas disse à nossa estação que “consta-se que houve mexidas em coisas dos utentes, mas não há provas” concluiu.
A CV Beja é apoiada pela Segurança Social nas suas diversas valências, e o Centro Distrital faz o acompanhamento das mesmas, e à Voz da Planície asseguraram que “não têm conhecimento de quaisquer irregularidades”.

À ex-presidente da Delegação de Beja da Cruz Vermelha, foram colocadas por mail nove questões, a que não foram dadas respostas. Via telemóvel Maria Augusta afirmou “não ter comentários a fazer, justificando que “o processo está a decorrer”, concluiu

Fonte: Rádio Voz da Planície / BPS

3 comentários:

Anónimo disse...

Porreiro,mais um caso..
o que e um gestor de emergencia?

Anónimo disse...

um gestor de emergencia nao é mais de que um coordenador local de emergencia. é a pessoa que faz a gestão da emergencia.. ;)

Anónimo disse...

Olá , boa noite!
Será verdade o que de encontra na noticia? É triste ler este tipo de noticia que de real tem muito pouco ou nada. Só tenho a dizer, que deveriam ter respeito pela Cruz vermelha Portuguesa e por quem deu tudo por essa instituição. Tenho a acrescentar que o tribunal deu razão á ex-presidente.Estando a cruz vermelha Portuguesa neste momento a indemenizar a senhora.