quinta-feira, 24 de maio de 2012

Chamadas falsas para o INEM: falta de civismo prejudica assistência a quem precisa

Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes do INEM receberam no ano passado mais de 21 mil chamadas falsas. Estas chamadas terão originado a saída desnecessária de 7.634 ambulâncias. 

Diariamente, dezenas de ambulâncias de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), dos Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa são enviadas para situações de emergência médica que… não existem. Tudo por causa das chamadas falsas para o número europeu de emergência - 112, uma situação que provoca dificuldades para as várias entidades que prestam cuidados de emergência médica pré-hospitalar às vítimas de acidente ou doença súbita e que asseguram o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica.

Todas as chamadas feitas para o 112 que envolvam feridos ou doentes são transferidas pelas centrais da Polícia de Segurança Pública (PSP) para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM. Nestes centros, apesar da triagem feita pela polícia, acabam ainda assim por ser recebidos alguns alertas falsos.
Assim, em 2011 os CODU do INEM receberam 21.810 chamadas falsas, a que corresponderam 7.634 saídas de ambulâncias, segundo estimativa do Instituto agora divulgada. Isto significa que todos os dias, a nível nacional, o INEM recebe 59 chamadas falsas.
Logo, todos os dias, são também ativadas 21 ambulâncias para situações falsas. Números preocupantes e que falam por si.

Cabe a todos – instituições, cidadãos, comunicação social - assegurar e passar a mensagem que o 112 é um número que só deve ser utilizado em situações verdadeiras. É que, cada brincadeira para este número pode provocar dificuldades no socorro a quem dele verdadeiramente necessitar.
Para cada situação de emergência médica, os CODU do INEM procuram acionar os meios que estejam mais perto do local da ocorrência. Ora, encontrando-se essa viatura ocupada numa situação falsa, o socorro será prestado por uma outra ambulância, possivelmente mais longe do local onde se encontra a vítima e que, naturalmente, demorará mais tempo a chegar onde é precisa.

As chamadas falsas para o 112 são um gesto irrefletido e que poderá causar graves prejuízos na assistência a quem realmente necessita. O INEM tem apostado na sensibilização para este problema, fazendo agora um novo alerta para que o 112 seja utilizado apenas em caso de emergência.
 
Vale a pena conhecer o exemplo que hoje divulgamos, disponível para descarregar e ouvir aqui. Trata-se de uma encenação de um parto, na qual a chamada de socorro estaria a ser feita pela filha mais velha de uma parturiente em grande sofrimento.
A brincadeira, confessada na última chamada por uma das contactantes, ocorreu na região da Grande Lisboa. Para além de ter mantido ocupada uma Operadora do INEM durante largos minutos, resultou no acionamento de uma ambulância e de uma mota de emergência.
Estes recursos poderiam estar a ser necessários para uma verdadeira emergência, prejudicando assim quem realmente necessita. O INEM vai apresentar queixa desta situação às autoridades competentes.


Fonte: inem.pt

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