quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Cruz Vermelha da Trofa lança campanha contra a violência doméstica e infantil

"A violência tem um rosto" é o nome da campanha que a Cruz Vermelha da Trofa vai lançar sábado para "fazer as pessoas pensar sobre a violência doméstica e infantil", um problema "em crescendo", descreveram os responsáveis desta instituição.


"Temos perceção de que existe muita violência doméstica e que a questão está a ganhar contornos de violência infantil porque recebemos queixas na CPCJ [Comissão Protetora de Crianças e Jovens]. É preocupante. As crianças presenciam atos de violência e depois também se tornam vítimas. É um problema em crescendo neste concelho, daí termos decidido alertar para abanar as consciências para que as pessoas saibam que existem soluções", explicou à Lusa a coordenadora da Cruz Vermelha (CV) da Trofa, Carla Lima.

A campanha vai ser lançada sábado, dia 22, para marcar o dia das vítimas de crime, e além da Trofa, onde serão colocados nas ruas principais oito cartazes com rostos alusivos à violência doméstica, também o concelho de Famalicão será envolvido com a distribuição de cinco imagens.

"O objetivo do projeto é transversal a todos os sítios, a câmara autorizou porque achou a ideia pertinente e a empresa é de Famalicão. É uma campanha que poderá causar impacto nas pessoas pela violência das imagens. Não são imagens bonitas ou agradáveis. O objetivo é fazer as pessoas pensar para que se evitem estes crimes e se evite que a violência se perpetue no tempo", disse Carla Lima.

Os rostos que preencherão os cartazes são de pessoas da Trofa e de Famalicão, entre outros concelhos, que também se disponibilizaram gratuitamente para "dar a cara por esta campanha".
Carla Lima contou que algumas dessas pessoas sofreram mesmo ou conhecem quem tenha sofrido situações de violência, daí terem decidido "dar rosto à campanha para mostrar que é possível dar um passo em frente".

"Até a sessão fotográfica e a caracterização conseguimos de forma gratuita. As pessoas na Trofa sentiram que tinham de se mexer e ajudar", acrescentou Carla Lima.

A campanha "A violência tem um rosto" está inserida no plano de atividades do projeto "A outra face" da CV da Trofa que visa "refletir sobre a igualdade de género" e tem envolvido milhares de pessoas neste concelho, com enfoque para a comunidade escolar: alunos, professores e auxiliares.

Trata-se de um projeto fruto de uma candidatura ao eixo 7.3 do Programa Operacional Potencial Humano que atribuiu um financiamento de 60 mil euros para 14 meses, terminando em maio.

A CV da Trofa quer candidatar-se a novos financiamentos para prolongar o "A outra face" mas lamenta que os processos de candidaturas estejam "parados" a nível nacional.


Fonte: portocanal.sapo.pt

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