terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Federação Internacional congratula o reconhecimento histórico do risco de desastre na nova agenda de ajuda global

Pela primeira vez, os governos e as organizações internacionais reconheceram formalmente que um desenvolvimento eficaz depende da vontade de mitigar o impacto que desastres podem ter nas comunidades, sociedades e economias. Este reconhecimento da necessidade de promover a resiliência ficou reflectido na Parceria de Busan para uma Cooperação eficaz de Desenvolvimento, que é o resultado do IV Fórum da Eficácia da Ajuda, a maior reunião mundial em assistência ao desenvolvimento, realizada esta semana em Busan, Coreia.


“Estamos muito contentes que os governos e a comunidade internacional compreenderam e aceitaram a necessidade de proteger as pessoas dos desastres”, disse Jagan Chapagain, Director da região Ásia e Pacífico da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho (FICV) e Chefe de Delegação do Forum. “Não se trata apenas de segurança. Os desastres têm um significativo impacto financeiro nas economias dos países, tanto ricos como pobres. A redução de risco e o fortalecimento da resiliência podem ajudar a proteger os avanços do desenvolvimento face a esses choques,” afirmou. Ao reconhecer a ligação entre pobreza e vulnerabilidade, o documento de Busan também salienta o importante papel que a Cruz Vermelha e Crescente Vermelho tem no desenvolvimento, ponto este salientado pelo membro da FICV, Mukesh Kapila, que se dirigiu ao fórum durante a sessão de encerramento. “Todos nos conhecem pelo nosso trabalho durante os desastres e crises. Mas (nós somos) igualmente, um actor importante no desenvolvimento. Estimamos que, globalmente, pelo menos 20 milhões de USD passam cada ano pelo sistema da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho para projectos de longa duração, desenhados para fortalecer a resiliência.” A FICV pressionou para a inclusão da resiliência na compreensão e abordagem global ao desenvolvimento, antes e durante a realização do Fórum. Num evento conjunto com a Cruz Vermelha Coreana, a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Riscos e o Banco Mundial, figuras importantes do mundo humanitário e de desenvolvimento, sublinharam o crescente impacto que os desastres estão a ter nos esforços dos países em desenvolvimento em retirar os seus cidadãos para fora da pobreza.

“Os custos dos desastres são suportados pelos países em desenvolvimento sem apoio por parte da comunidade internacional. Com perdas anuais que chegam aos 20 por cento dos seus produtos internos brutos, os países gastam frequentemente o seu orçamento destinado a actividades de desenvolvimento para responder a impactos de desastres,” disse Margareta Wahlström, Presidente do evento e Responsável das Nações Unidas para a Redução de Riscos. “A redução de riscos de desastres não é apenas uma ‘outra coisa a fazer’. É algo que devemos fazer para que tudo o resto funcione.” Esta questão foi reiterada pelo Antigo Presidente da Cruz Vermelha Coreana, Chong-Ha Yoo. “Em qualquer discussão sobre desenvolvimento, responder a desastres causados pela natureza deveria ser um ponto central para as resoluções sobre a eficácia do desenvolvimento. A prevenção compensa e os países não se podem dar ao luxo de recorrer a medidas dispendiosas após a ocorrência de um desastre.”

A Conferência de Busan estabeleceu a actualização da abordagem global à ajuda ao desenvolvimento. Mais importante ainda, procurou trazer para a comunidade novos doadores como a China, México, Índia, África do Sul e Brasil – países que têm vindo a estar cada vez mais activos no seu apoio a outros países, mas que actuam à margem da abordagem global para o desenvolvimento. O documento elaborado pretende representar um consenso não apenas entre os antigos e os novos doadores, mas também entre os receptores de assistência ao desenvolvimento, que pediram aos doadores para respeitarem a responsabilidade dos países em desenvolvimento em liderar e serem donos do seu próprio desenvolvimento.


Fonte: cruzvermelha.pt

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