As aplicações levadas a cabo pela antiga direção lesaram a delegação de Aveiras de Cima em cerca de 800 mil euros “e uns trocos.
A delegação da Cruz Vermelha Portuguesa,
de Aveiras de Cima, está a passar por uma fase de transformação a todos
os níveis. José Torres, presidente da instituição local, que também
acumula com o cargo de comandante, salientou em entrevista ao Valor
Local, a importância desta nova fase da instituição.
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Presidente/C.L.E. da CVP Aveiras de Cima |
Para
José Torres, que sucedeu a mais de 20 anos de presidência do anterior
responsável Humberto Gomes, a nova metodologia de trabalho e o espirito
de equipa, foram o bastante para voltar a dar ânimo aos socorristas
daquela casa que já acusavam algum desalento.
No
cargo há menos de dois meses, Torres vinca que uma das preocupações era
encontrar solução para estacionar as viaturas da Cruz Vermelha, num só
espaço, evitando assim o estacionamento abusivo na vila.
Isso
foi conseguido num terreno emprestado junto à GNR local, que segundo
José Torres, terá sido a melhor solução. Para tal, o presidente da
instituição, salienta que foi apenas preciso falar com o proprietário,
José Álvaro, que de imediato disponibilizou o espaço. O presidente e
comandante salienta que a operacionalidade da delegação está assegurada,
ainda que a central de comunicações fique longe deste local. Torres
explica que as viaturas parqueadas neste espaço, não são de emergência,
pelo que não existe qualquer dificuldade no socorro às populações, até
porque os veículos prioritários mantêm-se na sede.
Há
no entanto outros espaços já cedidos à Cruz Vermelha, onde esta guarda
outro material para o dia-a-dia. Para José Torres, o facto de as
viaturas estarem estacionadas aleatoriamente “era mau para a nossa
imagem” e acrescenta que agora “as pessoas têm demonstrado o seu
contentamento pela solução encontrada”, refere.
Mas
toda esta questão de falta de espaço já não é nova. O novo quartel é
prioritário e por isso Torres refere já ter encetado negociações com o
município para a desafetação da parcela que cabe à Cruz Vermelha do
terreno para o novo espaço.
Torres
salienta que a delegação não tem dinheiro para construir de imediato o
novo quartel, mas numa primeira fase, e agora que a questão do terreno
já está resolvida, vai colocar no local módulos para armazém e
estacionamento, o que segundo o responsável, será a solução menos
dispendiosa tendo em conta o momento financeiro vivido pela Cruz
vermelha em Aveiras de Cima.
José
Torres fala também na necessidade de rejuvenescer o parque de viaturas,
que apresenta um consumo excessivo de combustível e de reparações,
destacando “a necessidade de se adquirir uma ou duas viaturas a curto
prazo de menor consumo e manutenção”, vincando que o reequilíbrio
financeiro é a principal meta da direção, tendo em conta as verbas
perdidas em aplicações no antigo BES e o facto de trabalharem na
delegação 13 funcionários a tempo inteiro.
Torres
que já tinha sido comandante daquela unidade, destacou que o trabalho
organizativo e operacional, é vital para o bom funcionamento da casa:
Nesta altura já existem quatro chefes de equipa nomeados, que vão ficar à
frente de quatro equipas com funções muito específicas, para onde serão
entretanto distribuídos os socorristas daquela unidade.
BES “engole” 800 mil euros à instituição
As
aplicações levadas a cabo pela antiga direção liderada por Humberto
Gomes lesaram a delegação de Aveiras de Cima em cerca de 800 mil euros
“e uns trocos”. Até à data a delegação ainda não foi ressarcida desse
montante, ao contrário do que se especulou “em alguma comunicação
social”.
Ao
Valor Local, José Torres salienta que as aplicações financeiras “foram
uma opção” da anterior direção. O comandante vinca que na altura ninguém
chegou a pensar que o que sucedeu podia ser possível, mas vinca que tal
decisão “pesa agora no futuro da instituição que terá de partir de novo
do zero, mas é por um triz que não estamos a partir do menos um”.
É
necessário restabelecer o equilíbrio financeiro “tão necessário para o
funcionamento da casa”, lamentando que o “anterior presidente nunca
tenha assumido a responsabilidade pela decisão”.
Aliás
o assunto está de tal forma em segredo, que só os advogados da Cruz
Vermelha e a direção nacional sabem em que ponto está o assunto.
Enquanto isso, a delegação de Aveiras de Cima, continua a fazer os
possíveis para trabalhar com o orçamento e as verbas que tem legalmente
ao seu dispor.
José Torres vinca que é postura desta direção não voltar as costas “aos credores e aos devedores”. O
presidente da instituição que assumiu o lugar há menos de dois meses,
já tinha conhecimento “por alto” de toda a situação. José Torres não
sabia, e continua sem saber os números exatos perdidos nesta decisão de
Humberto Gomes, mas vinca que quando se candidatou, a sua direção tinha a
noção “de que aquilo que viríamos a encontrar não seria de fácil
resolução”.
O
responsável frustrado com o estado de coisas diz que tinha o mesmo
conhecimento do assunto que toda a população e que nunca terá abordado o
assunto com o antigo presidente. Esta é uma verba que “nos fazia falta,
aliás muita falta, porque estamos a falar num valor considerável”. O
futuro sobre esta matéria “é uma incógnita”.
Fonte: http://valorlocal.weebly.com