"A violência tem um rosto" é o nome da campanha que a Cruz Vermelha
da Trofa vai lançar sábado para "fazer as pessoas pensar sobre a
violência doméstica e infantil", um problema "em crescendo", descreveram
os responsáveis desta instituição.
"Temos perceção de que existe muita violência doméstica e que a
questão está a ganhar contornos de violência infantil porque recebemos
queixas na CPCJ [Comissão Protetora de Crianças e Jovens]. É
preocupante. As crianças presenciam atos de violência e depois também se
tornam vítimas. É um problema em crescendo neste concelho, daí termos
decidido alertar para abanar as consciências para que as pessoas saibam
que existem soluções", explicou à Lusa a coordenadora da Cruz Vermelha
(CV) da Trofa, Carla Lima.
A campanha vai ser lançada sábado, dia 22, para marcar o dia das
vítimas de crime, e além da Trofa, onde serão colocados nas ruas
principais oito cartazes com rostos alusivos à violência doméstica,
também o concelho de Famalicão será envolvido com a distribuição de
cinco imagens.
"O objetivo do projeto é transversal a todos os sítios, a câmara
autorizou porque achou a ideia pertinente e a empresa é de Famalicão. É
uma campanha que poderá causar impacto nas pessoas pela violência das
imagens. Não são imagens bonitas ou agradáveis. O objetivo é fazer as
pessoas pensar para que se evitem estes crimes e se evite que a
violência se perpetue no tempo", disse Carla Lima.
Os rostos que preencherão os cartazes são de pessoas da Trofa e de
Famalicão, entre outros concelhos, que também se disponibilizaram
gratuitamente para "dar a cara por esta campanha".
Carla Lima contou que algumas dessas pessoas sofreram mesmo ou
conhecem quem tenha sofrido situações de violência, daí terem decidido
"dar rosto à campanha para mostrar que é possível dar um passo em
frente".
"Até a sessão fotográfica e a caracterização conseguimos de forma
gratuita. As pessoas na Trofa sentiram que tinham de se mexer e ajudar",
acrescentou Carla Lima.
A campanha "A violência tem um rosto" está inserida no plano de
atividades do projeto "A outra face" da CV da Trofa que visa "refletir
sobre a igualdade de género" e tem envolvido milhares de pessoas neste
concelho, com enfoque para a comunidade escolar: alunos, professores e
auxiliares.
Trata-se de um projeto fruto de uma candidatura ao eixo 7.3 do
Programa Operacional Potencial Humano que atribuiu um financiamento de
60 mil euros para 14 meses, terminando em maio.
A CV da Trofa quer candidatar-se a novos financiamentos para
prolongar o "A outra face" mas lamenta que os processos de candidaturas
estejam "parados" a nível nacional.
Fonte: portocanal.sapo.pt
Fonte: portocanal.sapo.pt
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